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O valor económico de uma amizade ou de uma relação

Foto do escritor: Andreia PavãoAndreia Pavão

Em semana da tradicional celebração de dias das Amigas e Dia dos Namorados, dei por mim a pensar sobre a amizade, as relações e o seu valor.

Estudos indicam que há uma correlação positiva entre a longevidade e qualidade das relações. Uma situação extrema como a solidão crónica pode ter um impacto negativo na saúde equivalente ao efeito nocivo do tabaco, por exemplo.




É difícil medir um bem intangível como a amizade, mas é fácil rapidamente reconhecer e identificar os seus benefícios.

Em termos económicos, o valor económico é medido pela importância atribuída a um bem ou serviço, seja para consumo, seja para troca. Ou, de uma forma mais simplista, quanto estaria disposto a pagar por este bem, sendo que a moeda pode ser dinheiro, ou outra como tempo ou energia, por exemplo,


Em 1939, a Universidade de Harvard começou um estudo de análise a mais de 700 jovens divididos em dois grupos: um grupo de estudantes de

Harvard e o outro um grupo de jovens dos bairros mais desfavorecidos de Boston, com o objetivo de monitorizar a evolução da sua vida e aspetos relacionados com saúde e bem-estar e felicidade. Este é considerado o estudo mais longo sobre felicidade e bem-estar que já foi realizado.


É difícil medir um bem intangível como a amizade, mas é fácil rapidamente reconhecer e identificar os seus benefícios.




Robert Waldinger, atualmente o quarto diretor do Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto, numa Ted Talk com mais de 40 milhões de visualizações no YouTube apresenta as suas principais conclusões: Boas relações mantêm-nos mais felizes e mais saudáveis.

Importância das relações sociais



A relações sociais são muito importantes e a solidão pode ser mortal.

Pessoas mais ligadas à família, aos amigos e à comunidade tendem a ser mais felizes, são fisicamente mais saudáveis e vivem mais anos. A experiência da solidão tem um efeito tóxico para a saúde fisica. O estudo mostrou que pessoas mais isoladas declaram-se menos felizes, a sua saúde física deteriora-se mais cedo com a idade assim como há uma redução das funções cerebrais mais cedo e tendem a viver menos tempo do que as pessoas que não se sentem sozinhas.


É a qualidade das relações que conta

Pode estar-se sozinho no meio de uma multidão ou mesmo num casamento. É a qualidade das relações e o afeto que conta. Viver numa relação de conflito, com ausência de afeto pode trazer mais malefícios que um divórcio.


Quando os jovens do estudo atingiram 80 anos, os pesquisadores tentaram voltar a trás e perceber quais indicadores na meia-idade poderiam ajudar a prever quais seriam os octogenários mais saudáveis. Aqui, curiosamente, não foram os indicadores de saúde, como os níveis de colesterol, por exemplo, os fatores determinantes, mas sim o nível de satisfação com as suas relações. Os mais satisfeitos com as suas relações quando tinham 50 anos eram os mais saudáveis aos 80.



Boas relações protegem o nosso cérebro

O estudo também registou que os octogenários com relações seguras e duradouras eram também os que tinham a memória mais preservada.

Uma relação de segura e duradoura não pressupõe que sejam ausentes de conflito, mas sim, sentir que poderia ser contar com o outro nos momentos difíceis.

Autores de "bestsellers" como Jay Shetty ou Simon Sinek, têm-se debruçado sobre o tema da importância de relações profundas e significativas e é impossível ainda não se ter cruzado com algum dos seus vídeos virais nas redes sociais sobre estes temas.

Assim, quanto estaria disposto a pagar pela sua saúde e longevidade? Investir nas relações de hoje, é investir no longo prazo. Não deixe aquela chamada não atendida sem resposta.


Por Andreia Pavão, Economista e cliente TH2 directora hotel Canadiano Urban Nature Hotel, membro Unique Stays® - charm hotels


Notícia © Açoriano Oriental

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