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Navegando entre sustentabilidade e tecnologias

Foto do escritor: Ana Cristina ChavesAna Cristina Chaves

As tecnologias sustentáveis estão hoje a transformar a nossa interação com o meio ambiente, ao integrar e considerar nos seus mecanismos, processos e no uso de recursos as dimensões ambiental e social, para lá da económica.

A tecnologia é também hoje crucial na medição de impacto no relato de sustentabilidade ESG (ambiental, social e governança), num ritmo que vai acelerar nos próximos anos. Toda a inovação tecnológica, incluindo a inteligência artificial, terá um papel significativo na melhoria das práticas de ESG, permitindo que as empresas avaliem o impacto das suas estratégias através de modelos preditivos que identificam riscos e são um motor para a mitigação.

As ferramentas que simplificam e otimizam o processo de recolha e análise de informação sobre ecossistema empresarial estão em evolução acelerada, porque têm de acompanhar as movimentações da legislação e compliance a nível europeu. A inteligência artificial vai cada vez mais permitir às empresas reduzir a complexidade da análise de dados para a redução do impacto ambiental, melhoria social e governança corporativa. Os algoritmos podem assinalar ações proativas para evitar danos significativos no meio ambiente, monitorizar emissões e o uso de recursos, otimizar processos para reduzir o desperdício e promover maior eficiência energética.


For there to be social equity, there must be technological inclusion. The interconnection between technology, sustainability and society is crucial to achieving the UN Sustainable Development Goals.

Vantagem adicional, a automatização de relatórios dá garantias de transparência e conformidade com as regulamentações e normas em vigor – e serão cada vez mais exigidas para a homogeneização, centralização e validação processual. Já estamos a assistir a essa tendência no nosso país, em torno do sistema bancário, que controla os mecanismos efetivos de distribuição de financiamento… E que vai precisar de garantias adicionais sobre as empresas e projetos para os quais canaliza capital.

A grande mudança de paradigma necessária está igualmente a ser impulsionada por consumidores cada vez mais exigentes, que querem produtos mais sustentáveis, comprovadamente. É uma grande janela de oportunidade para as marcas tecnológicas, que podem posicionar-se de maneira mais assertiva.

Não há outro caminho. Não podemos perpetuar o modelo linear de extração de recursos, promotor de desigualdade social. As tecnologias verdes não reduzem apenas o impacto ambiental. Impulsionam a economia e a qualidade de vida. Para haver equidade social tem de haver inclusão tecnológica. A interconexão entre tecnologia, sustentabilidade e sociedade é crucial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Contudo, a tecnologia verde envolve trade offs complexos. A Ética desempenha um papel fundamental nesta interseção, devendo guiar-nos para um mundo mais equitativo, saudável e resiliente. Esse mundo é possível, escalando tecnologias que permitam decisões mais informadas, um uso mais eficiente de recursos naturais, prevendo a gestão adequada dos resíduos eletrónicos, e ajudando a tornar as nossas empresas mais inovadoras e resilientes, agentes de uma economia de baixo carbono. É possível um futuro mais sustentável para todos. Desistir não é uma opção. E não podemos deixar ninguém para trás.

Ana Cristina Chaves, coordenadora da pós-graduação ESG: Reporting e Gestão Sustentável do Iscte Executive Education


terça-feira, 30 julho 2024 23:21


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